abominação desoladora o que significa será que já se cumpriu

O que é abominação desoladora? O que significa? será que já se cumpriu? muitos intérpretes dizem que sim, isso é o que vamos descobrir neste artigo.

Primeiro vamos ver o seguinte: A Abominação desoladora, o que significa? A definição de abominação desoladora pode ser vista na passagem de Dt 7:25 e 26.

As imagens de escultura de seus deuses queimarás; a prata e o ouro que estão sobre elas não cobiçarás, nem os tomarás para ti, para que te não enlaces neles; pois são abominação ao Senhor , teu Deus.
Não meterás, pois, coisa abominável em tua casa, para que não sejas amaldiçoado, semelhante a ela; de todo, a detestarás e, de todo, a abominarás, pois é amaldiçoada.

Deuteronômio 7:25,26

A palavra abominação vem do hebraico “tô’ebah” e neste contexto tem a ver com culto a ídolos e a sua ideia está associada a profanação do que é sagrado  a cultos e a rituais pagãos.

A palavra desoladora vem do Hebraico “shamem” que significa estar atordoado, desolado, aterrorizado, estar assolado, abandonado.

Veja que a junção destas duas palavras traz a ideia de algo que era santo e sagrado que foi agredido e profanado. Traz a ideia de uma agressão a fé e ao culto de alguém ou de um povo.

No seu sermão profético no monte das oliveiras no texto de Mateus 24, O Senhor Jesus cita uma profecia dita por Daniel.

O texto que me refiro se encontra em Daniel capítulo 11:31.

Dele sairão forças que profanarão o santuário, a fortaleza nossa, e tirarão o sacrifício diário, estabelecendo a abominação desoladora.

Daniel 11:31

Veja que, nesse contexto, fica claro que o culto judaico seria interrompido. A essa profanação, Daniel chamou de a abominação desoladora.

Alguns defendem que essa profecia já se cumpriu em dois momentos distintos:

Primeiro momento:

 

 No livro dos Macabeus, em 1 Macabeus 1:54-55 ” e Antíoco fez erigir a abominação desoladora” quando interrompeu o culto judaico, profanou o santuário.

 

OBS: Saiba que estou citando os livros de Macabeus aqui apenas como conteúdo de valor histórico e não como livro da Bíblia inspirado.

 Primeiro Macabeus 1:54-59

 

54No dia quinze do mês de Quisleu, do ano cento e quarenta e cinco da era grega, o rei Antíoco mandou construir a abominação desoladora em cima do altar do templo. Construíram altares pagãos nas cidades de Judá, 55e ofereceram incenso em frente das portas das casas e nas ruas. 56Rasgaram e queimaram também todos os livros da lei que encontraram. 57E quando encontravam alguém que tinha um livro da aliança e que obedecia à lei, mandavam matá-lo, de acordo com a ordem do rei. 58Assim, durante vários meses, esses homens abusaram do seu poder e perseguiram os israelitas que encontravam nas cidades do país. 59No dia vinte e cinco de cada mês ofereciam um sacrifício no altar pagão que havia sido construído em cima do altar do templo. 

Muitos intérpretes consideram que a abominação desoladora se cumpriu durante a guerra dos Macabeus quando Antíoco Epifânio interrompeu o culto judaico e profanou o santuário.

Jesus e Paulo apontam o cumprimento desta profecia no futuro.

Existe um problema com essa interpretação, pois a guerra dos Macabeus aconteceu no período interbíblico, mais ou menos no ano 130 da era grega. E que, tanto Jesus como Paulo, apontam um cumprimento futuro desta profecia, veja:

Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê entenda),
então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes;
quem estiver sobre o eirado não desça a tirar de casa alguma coisa;
e quem estiver no campo não volte atrás para buscar a sua capa.
Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias!
Orai para que a vossa fuga não se dê no inverno, nem no sábado;
porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais.

Mateus 24:15-21

Veja que Jesus aponta a abominação desoladora para os dias da tribulação como um dos sinais que antecedem a sua vinda. Portanto, não pode ter se cumprido se não ele teria falado, mas veja que ele aponta para o futuro, afirmando que a abominação desoladora surgirá dentro da tribulação.

Paulo também vai citar uma profanação feita pelo anticristo, veja:

Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição,
o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus.

2 Tessalonicenses 2:3,4

Os dois, tanto Paulo como Jesus, apontam o cumprimento da abominação desoladora no futuro e para os dias da tribulação. Por esta razão duvido muito que tenha se cumprido no período interbíblico.

Segundo momento:

 

Durante a invasão à Jerusalém feita pelo exército romano:

Comparando Mateus 24 : 15 com Lucas 21 : 20 , veja como alguns interpretam estes textos: Vamos a Mateus 24 : 15 :

Quando, pois, virdes que a abominação da desolação , de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo ; quem lê, entenda. O versículo seguinte diz que após a presença da abominação da desolação no lugar santo quem estivesse na judeia deveria fugir para os montes. Comparando agora com Lucas 21 : 20 que diz : Mas, quando virdes Jerusalém cercada de exércitos , sabei então que é chegada a sua desolação.
Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes; os que estiverem no meio da cidade, saiam; e os que nos campos não entrem nela.

Ou seja, quando os exércitos estivessem cercando Jerusalém , então a sua destruição estaria próxima. Para alguns intérpretes, isso só pode ter acontecido em 70 d.C., quando Tito cercou Jerusalém e a destruiu , o exército romano era a abominação desoladora.

Essa interpretação na minha opinião está equivocada

Penso que existe algo que os teólogos chamam de lei, ou regra da dupla referência. Essa regra diz que uma passagem bíblica ou profecia pode ter mais de um cumprimento ao longo da história. Pode se cumprir completamente, como também parcialmente mais de uma vez. Como a diáspora profetizada por Moisés em levítico que se cumpriu mais de uma vez:

Espalhar-vos-ei por entre as nações e desembainharei a espada atrás de vós; a vossa terra será assolada, e as vossas cidades serão desertas. Então, a terra folgará nos seus sábados, todos os dias da sua assolação, e vós estareis na terra dos vossos inimigos; nesse tempo, a terra descansará e folgará nos seus sábados. Levítico 26:33,34

O povo judeu passou por pelo menos 3 dispersões ao longo da sua história, ou seja, a profecia de Moisés sobre a dispersão se cumpriu mais de uma vez.

Primeira dispersão: Cativeiro Assírio

Segunda dispersão: Cativeiro Babilônico

Terceira dispersão: A dispersão que ocorreu no ano 70 d.C.

De acordo com a regra da dupla referência as passagens supra citadas tiveram o seu cumprimento parcial no ano 70 d.C não completamente, pois pelo menos 3 coisas precisariam acontecer para ter se cumprido definitivamente:

Primeiro: O anticristo precisaria estar na cena da profecia. E claramente ele ainda não surgiu.

Segundo: A tribulação teria que ter começado. E sabemos que a tribulação ainda não começou.

Terceiro: Cristo teria que ter vindo para estabelecer o seu reino, interrompendo o governo do anticristo com a sua vinda e governando à partir de Jerusalém. E isso ainda não aconteceu na história, e só vai acontecer no final da 70ª semana de Daniel que é a tribulação. Precisamos de todos estes elementos juntos para que os textos de Mateus 24, Lc 21 e Mc 13 se cumpram na sua totalidade e definitivamente na história da humanidade. 

Acredito que os erros de interpretação nos textos escatológicos iriam diminuir drasticamente se os intérpretes considerassem mais os textos bíblicos do que a história.

A história tem voz na interpretação mas com certeza não é a voz maior. A voz maior são as escrituras.

A Bíblia se interpreta de dentro pra fora e não de fora para dentro.

A interpretação de dentro para fora é aquela que valoriza a Bíblia e a história só confirma aquilo que a Bíblia diz.

“No tocante a interpretação dos textos proféticos as outras fontes podem até falar, desde que a Bíblia fale primeiro.”

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Confira o artigo “As setenta semanas de Daniel”

Antonio Lira

Antonio Lira

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