A profecia das setenta semanas de Daniel é uma das profecias mais importantes para o estudo da escatologia.

Ela possui apenas 4 versículos mas, nesta profecia, estão condensados um  grande número de acontecimentos, importantes para a nação judaica.

Ela fala de acontecimentos que vão desde a saída da ordem para edificar Jerusalém passa pela restauração do templo,  passa pelo ministério de Jesus incluindo também a sua morte, ela fala do Anticristo e vai até as assolações de Israel (o que chamamos de tribulação).

Portanto toda essa exposição é feita pelo profeta Daniel em apenas 4 versículos.

Iremos a partir de agora estudar todos os pormenores desta profecia, que na minha opinião se trata do miolo da escatologia. Vamos estudar a profecia das setenta semanas de Daniel a partir de um texto escrito pelo profeta Jeremias.

 

A profecia de Jeremias  sobre a libertação do povo do cativeiro após os setenta anos

Jr 29.10-14

10 Porque assim diz o Senhor: Certamente que passados setenta anos em Babilônia, eu vos visitarei, e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando a trazer-vos a este lugar. 11 Pois eu bem sei os planos que estou projetando para vós, diz o Senhor; planos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança. 12 Então me invocareis, e ireis e orareis a mim, e eu vos ouvirei. 13 Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração. 14 E serei achado de vós, diz o Senhor, e farei voltar os vossos cativos, e congregar-vos-ei de todas as nações, e de todos os lugares para onde vos lancei, diz o Senhor; e tornarei a trazer-vos ao lugar de onde vos transportei.

Aqui está uma promessa de libertação do cativeiro feita pelo Senhor ao povo judeu. Daniel tem a revelação da profecia das setenta semanas quando está lendo o livro do profeta Jeremias.

Ao ler o livro do profeta Jeremias Daniel entende que o número de anos do cativeiro babilônico havia terminado. O povo deveria ficar no cativeiro babilônico durante setenta anos, após esse período Deus prometeu libertá-los.

Então Daniel se dispõe a orar ao Senhor para que o povo fosse livre do cativeiro. Enquanto ele está orando um anjo vem até ele  e traz a resposta das suas orações. E anuncia para ele mais do que a libertação do cativeiro, babilônico. Ele também anuncia o plano completo de Deus para toda a nação.

Daniel capítulo 9

1 No ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da nação dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus,

2 no ano primeiro do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número de anos, de que falou o SENHOR ao profeta Jeremias, em que haviam de acabar as assolações de Jerusalém, era de setenta anos.

3 E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração, e rogos, e jejum, e pano de saco, e cinza.

Oração de Daniel

4 E orei ao SENHOR, meu Deus, e confessei, e disse: Ah! Senhor! Deus grande e tremendo, que guardas o concerto e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos;

5 pecamos, e cometemos iniquidade, e procedemos impiamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos;

6 e não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis, nossos príncipes e nossos pais, como também a todo o povo da terra.

7 A ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós, a confusão do rosto, como se vê neste dia; aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, e a todo o Israel; aos de perto e aos de longe, em todas as terras por onde os tens lançado, por causa da sua prevaricação, com que prevaricaram contra ti.

8 Ó SENHOR, a nós pertence a confusão do rosto, aos nossos reis, aos nossos príncipes e a nossos pais, porque pecamos contra ti.

9 Ao Senhor, nosso Deus, pertence a misericórdia e o perdão; pois nos rebelamos contra ele

10 e não obedecemos à voz do SENHOR, nosso Deus, para andarmos nas suas leis, que nos deu pela mão de seus servos, os profetas.

11 Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei, desviando-se, para não obedecer à tua voz; por isso, a maldição, o juramento que está escrito na Lei de Moisés, servo de Deus, se derramou sobre nós; porque pecamos contra ele.

continuação….

12 E ele confirmou a sua palavra, que falou contra nós e contra os nossos juízes que nos julgavam, trazendo sobre nós um grande mal; porquanto nunca debaixo de todo o céu aconteceu como em Jerusalém.

13 Como está escrito na Lei de Moisés, todo aquele mal nos sobreveio; apesar disso, não suplicamos à face do SENHOR, nosso Deus, para nos convertermos das nossas iniquidades e para nos aplicarmos à tua verdade.

14 Por isso, o SENHOR vigiou sobre o mal e o trouxe sobre nós; porque justo é o SENHOR, nosso Deus, em todas as suas obras, que fez, pois não obedecemos à sua voz.

15 Na verdade, ó Senhor, nosso Deus, que tiraste o teu povo da terra do Egito com mão poderosa e ganhaste para ti nome, como se vê neste dia, pecamos; procedemos impiamente.

16 Ó Senhor, segundo todas as tuas justiças, aparte-se a tua ira e o teu furor da tua cidade de Jerusalém, do teu santo monte; porquanto, por causa dos nossos pecados e por causa das iniquidades de nossos pais, tornou-se Jerusalém e o teu povo um opróbrio para todos os que estão em redor de nós.

17 Agora, pois, ó Deus nosso, ouve a oração do teu servo e as suas súplicas e sobre o teu santuário assolado faz resplandecer o teu rosto, por amor do Senhor.

18 Inclina, ó Deus meu, os teus ouvidos e ouve; abre os teus olhos e olha para a nossa desolação e para a cidade que é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias.

Continuação…

19 Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e opera sem tardar; por amor de ti mesmo, ó Deus meu; porque a tua cidade e o teu povo se chamam pelo teu nome.

20 Estando eu ainda falando, e orando, e confessando o meu pecado e o pecado do meu povo Israel, e lançando a minha súplica perante a face do SENHOR, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus,

21 estando eu, digo, ainda falando na oração, o varão Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio voando rapidamente e tocou-me à hora do sacrifício da tarde.

22 E me instruiu, e falou comigo, e disse: Daniel, agora, saí para fazer-te entender o sentido.

23 No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para to declarar, porque és mui amado; toma, pois, bem sentido na palavra e entende a visão.

Profecia das setenta semanas dada a Daniel pelo anjo

“Setenta semanas estão decretadas para o seu povo e sua santa cidade para acabar com a transgressão, para dar fim ao pecado, para expiar as culpas, para trazer justiça eterna, para cumprir a visão e a profecia, e para ungir o santíssimo.
“Saiba e entenda que a partir da promulgação do decreto que manda restaurar e reconstruir Jerusalém até que o Ungido, o líder, venha, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas. Ela será reconstruída com ruas e muros, mas em tempos difíceis.
Depois das sessenta e duas semanas, o Ungido será morto, e já não haverá lugar para ele. A cidade e o lugar santo serão destruídos pelo povo do governante que virá. O fim virá como uma inundação: Guerras continuarão até o fim, e desolações foram decretadas.
Com muitos ele fará uma aliança que durará uma semana. No meio da semana ele dará fim ao sacrifício e à oferta. E numa ala do templo será colocado o sacrilégio terrível, até que chegue sobre ele o fim que lhe está decretado”.

Daniel 9:24-27

 

Você pode observar que esta é uma das poucas profecias que traz uma data para o seu cumprimento.

 

Entendendo a expressão “semana”

 

A palavra hebraica para semana  é shabua, que literalmente significa “sete”, e seria bom ler a passagem dessa maneira,”Setenta setes”. Desse modo o v. 24 do nono capítulo de Daniel afirma simplesmente que “setenta setes estão determinados”… e o que são esses “setes” deve ser definido pelo contexto e por outras passagens das Escrituras. A evidência é bem clara e suficiente como se segue:

 

[…] os judeus tinham um “sete” de anos bem como um “sete” de dias. E essa “semana” bíblica de anos era tão conhecida dos judeus quanto uma “semana” de dias. Era, em alguns aspectos, até mais importante.

Durante seis anos o judeu era livre para cultivar e semear sua terra. Mas o sétimo ano deveria ser um solene “sábado de descanso para a terra” Ou seja eles plantariam por seis anos e no sétimo ano a terra deveria descansar (Lv 25.3,4). No múltiplo dessa importante semana de anos —”sete sábados de anos”— era estabelecido o ano do grande jubileu […]

Ou seja, a cada sete períodos de sete anos, (ou sete semanas) que dá um total de 49 anos acontecia o ano do jubileu.

Motivos para acreditar que semanas aqui se refere a um período de sete anos.

Existem vários motivos para acreditarmos que as “setenta semanas” da profecia de Daniel referem-se ao bem conhecido período de “sete” anos.

Em primeiro lugar, o profeta Daniel estava pensando não apenas sob o aspecto de anos em lugar de dias, mas também em um múltiplo exato de “setes” (10 x 7) de anos (Dn 9.1,2).

Em segundo lugar , Daniel também sabia que a duração do cativeiro babilônico baseava-se na violação judaica da lei do ano sabático. Visto que, de acordo com 2 Crônicas 36.21, os judeus foram retirados da terra para que ela pudesse descansar por setenta anos. Deveria ser evidente que o ano sabático tinha sido violado por 490 anos, ou exatamente setenta “setes” de anos.

Que cabível, então, que agora, no final do julgamento dessas violações, o anjo fosse mandado para revelar o início de uma nova era do tratamento de Deus para com os judeus. O qual se estenderia pelo mesmo número de anos das violações do ano sabático. Seria mais um ciclo de 490 anos, ou “setenta semanas” de anos (Dn 9.24).

O contexto em que a profecia está inserida se refere a semana de anos.

Além disso, o contexto da profecia exige que as “setenta semanas” sejam de anos. Pois, se interpretarmos como “semanas” de dias, o período se estenderia por apenas 490 dias ou pouco mais que um ano.

Considerando agora que dentro desse breve espaço de tempo a cidade será reconstruída e destruída (sem contar com os tremendos acontecimentos do v. 24), torna-se claro que tal interpretação é improvável.

Semana de Dias

Quando semana se refere a semana de dias normalmente aparece especificado semana de dias.

Em Daniel (10.2,3), no qual o profeta declara que lamentou e jejuou “por três semanas”. Nesse caso, é perfeitamente óbvio que o contexto exige uma “semana” de dias […]

Naqueles dias eu, Daniel, estive triste por três semanas.
Alimento desejável não comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com unguento, até que se cumpriram as três semanas.

Daniel 10:2,3

Significativamente, o hebraico aqui é literalmente “três setes de dias”. Se, no capítulo 9, o autor pretendia fazer-nos entender que as “setenta semanas” eram compostas por dias. Por que ele não usou a mesma forma de expressão adotada no capítulo 10?

A resposta óbvia é que Daniel usou o termo hebraico shabua sozinho quando se referiu à conhecida “semana” de anos. Mas, no capítulo 10, quando fala das “três semanas” de jejum, ele claramente as especifica como “semanas de dias” para distingui-las das “semanas” de anos no capítulo 9. 

Quantos dias dura uma ano profético?

Também é necessário, nesse exame, observar que o ano nas passagens proféticas é composto por 360 dias. O mesmo autor declara:

 … há forte evidência para demonstrar que o ano profético das Escrituras é composto por 360 dias, ou doze meses de 30 dias.

O primeiro argumento é histórico. De acordo com Gênesis, o dilúvio começou no décimo sétimo dia do segundo mês (7.11) e terminou no décimo sétimo dia do sétimo mês (8.4). Esse é um período de exatamente cinco meses, e afortunadamente a extensão do mesmo período é dada em termos de dias —”cento e cinqüenta dias” (7.24; 8.3).

Dessa maneira, a referência mais antiga a um mês na história bíblica aponta para um mês de trinta dias de extensão e doze meses nos dariam 360 dias.

O segundo argumento é profético é que em Daniel 9.27 menciona o período da perseguição judia. Visto que a perseguição começa na metade da septuagésima semana e continua até o “final” da semana, o período tem, obviamente, três anos e meio.

continuação…

Dn 7.24,25 fala do mesmo príncipe romano e da mesma perseguição fixando a duração como “um tempo, dois tempos e metade de um tempo”— em aramaico, três vezes e meia.

Ap 13.4-7 fala do mesmo grande líder político e de sua perseguição aos judeus “santos” que durará “quarenta e dois meses”. Ap 12.13,14 refere-se à mesma perseguição, citando a duração nos mesmos termos de Dn 7.25, como “um tempo, dois tempos e metade de um tempo”.  Esse período é ainda mais definido em Apocalipse 12.6 como “mil, duzentos e sessenta dias”.

Desse modo temos o mesmo período declarado várias vezes como três anos e meio, 42 meses ou 1.260 dias. Conseqüentemente, torna-se claro que a extensão do ano da profecia de setenta semanas é fixada pelas próprias Escrituras em 360 dias cada ano. De acordo com o calendário judaico que é de 360 dias.

Propósito das 70 semanas

24 Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos santos.

Note que a profecia é para o povo judeu e para a cidade de Jerusalém.

A morte do messias  trouxe 3 bênçãos

 

Extinguir a transgressão

Dar fim aos pecados.                   primeira vinda

Expiar a iniquidade

 

Seu reinado trará mais 3 bênçãos

 

Trazer justiça eterna

Selar a visão e a profecia.            Segunda vinda

Ungir o Santo dos Santos

Israel como nação não desfrutou por que não creu no Messias.

Para melhor compreensão do assunto leia os artigos abaixo.

A DIFERENÇA ENTRE EVANGELHO E EVANGELHO DO REINO.

A IGREJA É O ISRAEL DE DEUS?

Essas profecias das setenta semanas são para Israel apenas. A igreja não tem nada a ver com esta profecia, por isso ela é retirada no arrebatamento.

O anjo quebra as setenta semanas em 3 partes

 

25 Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as ruas e as tranqueiras se reedificarão, mas em tempos angustiosos.

26 E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações.

27 E ele firmará um concerto com muitos por uma semana

7 + 62 + 1

7 semanas corresponde a 49 anos para se reedificar a cidade isso incluía o templo. Tempos angustiosos ou trabalhosos,

Inimigos se levantaram contra várias vezes (povos não judeus), a obra parava e continuava. Por isso a expressão tempos trabalhosos.

Passou-se o reinado de três Reis até que se concluiu. Começou com Ciro dando a ordem para os judeus voltarem em 543 A.C, o governador Zorobabel governador da Judeia nomeado por Ciro traz a primeira leva em 542 e começa a construir o templo.

Quando começa a contagem das semanas?

A profecia das setenta semanas deve começar a ser contada da ordem para restaurar Jerusalém e não o templo apenas.

O decreto de Ciro foi para os judeus voltarem e fazerem a reconstrução do templo e não da cidade.

O de Dário foi para terminar o que Ciro havia decretado.

O único decreto que se encaixa nas profecias é o decreto de Artaxerxes que se encontra no livro  de Neemias.

Esse decreto foi documentado na seguinte data.

1 dia do mês de Nissan (lunar) data do decreto cai em  14 de março de 445 A.C no nosso calendário (solar). Decreto de Atarxerxes para Neemias edificar o muro.

 

O início das 69 semanas. Foi dito a Daniel que esse período de 490 anos está determinado “sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade” (Dn 9.24).

 

As Escrituras trazem vários decretos relacionados à restauração dos judeus do cativeiro babilônico.

Houve o decreto de Ciro em 2 Crônicas 36.22,23 e em Esdras 1.1-3, o decreto de Dario em Esdras 6.3-8 e o decreto de Artaxerxes em Esdras 7.7. Contudo, todas essas permissões foram cedidas para a reconstrução do templo, e nada foi dito sobre a reconstrução da cidade.

Em Esdras 4.1-4 a reconstrução do templo foi interrompida porque os judeus estavam reconstruindo a cidade sem autorização.

Em nenhum desses decretos a condição de Daniel 9.25 foi realizada. Quando examinamos o decreto de Artaxerxes, estabelecido no seu vigésimo ano e registrado em Neemias 2.1-8. Vemos que é dada permissão para a reconstrução de Jerusalém. Esse constitui o início do período profético indicado por Deus na profecia das setenta semanas de Daniel.

Torna-se necessário, então, identificar uma data para o decreto de Artaxerxes.

A data do reinado de Artaxerxes pode ser claramente apurada — por meio não de um tratamento minucioso de comentaristas bíblicos ou de escritores proféticos. Mas pela voz unânime de historiadores seculares e cronologistas.

O decreto persa que restaurou a autonomia de Judá foi publicado no mês judeu de Nisã. Pode-se, aliás, datar do primeiro dia do mês de Nisã […] Logo, as setenta semanas devem ser calculadas a partir de primeiro de Nisã de 445 a.C.

A grande característica do ano sagrado judeu permaneceu imutável. Desde a noite memorável em que a lua do equinócio brilhou no Egito sobre as cabanas de Israel. Manchadas de sangue pelo sacrifício pascal; e não existe dúvida ou dificuldade em fixar dentre os estreitos limites da data juliana o primeiro dia de Nisã em qualquer ano. Em 445 a.C. a lua nova pela qual se regulava a Páscoa caiu no dia 13 de março às 7 horas e nove minutos da manhã. E, por conseqüência, o primeiro de Nisã pode ser atribuído a 14 de março.

 O cumprimento das 69 semanas.

Passaremos a expor á partir de agora que 69 das 70 semanas de Daniel já foram cumpridas com precisão, e que só falta uma semana.

Nenhum estudo mais detalhado foi feito a respeito das setenta semanas de Daniel do que o de Sir Robert Anderson. Na obra The coming prince. Anderson calcula a cronologia das sessenta e nove semanas da seguinte maneira:

“Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas.” Uma era de 69 “semanas”, ou 483 anos proféticos, calculados a partir de 14 de março de 445 a.C, deveria terminar com um acontecimento capaz de satisfazer as palavras “até ao Ungido, ao Príncipe”.[…]

A visita do Senhor a Jerusalém é profética

Nenhum estudioso do evangelho pode deixar de reconhecer que a última visita do Senhor a Jerusalém não foi apenas um fato casual, Mas também pelo seu propósito, o ponto de transição de seu ministério. Agora o duplo testemunho de Suas palavras e Suas obras foi plenamente dado e Sua entrada na Cidade Santa visava a proclamar. Sua messianidade e cumprir o Seu destino.

[…]

E a data disso pode ser apurada. De acordo com o costume judaico, o Senhor foi a Jerusalém no oitavo dia de Nisã, “seis dias antes da Páscoa”. Mas como o dia 14, no qual foi celebrada a última ceia, caiu numa quinta-feira, o oitavo dia teria sido a sexta-feira anterior.

 Ele deve ter passado o sábado, conseqüentemente, em Betânia; e, na noite do dia 9, com o término do sábado, o jantar foi tomado na casa de Marta.

No dia seguinte, o décimo dia de Nisã, Ele entrou em Jerusalém, conforme registrado nos evangelhos.

A data juliana de 10 de Nisã foi domingo, 6 de abril, 32 d.C. […] Qual então foi a extensão do período entre o decreto da reconstrução de Jerusalém e o advento público do “Ungido, o Príncipe”. Entre 14 de março de 445 a.C. e 6 de abril de 32 d.C? o INTERVALO CONTEVE EXATAMENTE 173. 880 DIAS, ou 69 ANOS PROFÉTICOS DE 360 DIAS, as primeiras 69 semanas da profecia de Daniel. (Ibid., p. 124-8)

Anderson chega à seguinte conclusão:

 

  • 10 de Nisã no vigésimo ano de Artaxerxes (o decreto de reconstruir Jerusalém) caiu em 14 de março de 445 a.C.
  • 10 de Nisã, na Semana da Paixão (a entrada de Cristo em Jerusalém), foi no dia 6 de abril de 32 d.C.
  • O intervalo foi de 476 anos e 24 dias (os dias sendo calculados inclusivamente, conforme exigido pela linguagem profética e pela prática judaica).

 

  • Mas 476 x 365 =…………………………………………………..173.740 dias
  • Mais (de 14 de março a 6 de abril, incluindo ambos)…………24 dias
  • Mais dias dos anos bissextos……………………………………….116 dias
  • = 173 880 dias • E 69 semanas de anos proféticos com 360 dias (ou 69 x 7 x 360)

= 173.880 dias. 

 

Deu 32 e não 33 porque o papa Gregório errou no calendário.

 

O papa Gregório quando estabeleceu o nosso calendário ele não colocou o ano zero ele pula na hora da transição do ano -1 AC direto para o ano +1 DC.

Como o cálculo das semanas precisa ser anos corridos em sequência se colocarmos o ano zero seria como parar de contar.

Por isso o cálculo é 32.

Mas a idade de Cristo é 33 por causa do ano zero.

Cristo tinha 33 anos quando chega a Jerusalém para sua entrada triunfal. Desse modo, Anderson mostra que as 69 semanas começam com o decreto da reconstrução de Jerusalém  e terminam com a entrada triunfal em Jerusalém um domingo antes do domingo da ressurreição do senhor.

Lucas 19.42 fala que a entrada do Senhor em Jerusalém nesse dia é algo muito significativo:

“Ah! Se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto está agora oculto aos teus olhos”. 

A exatidão da profecia de Daniel é observada quando ele diz “até ao Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas” (Dn 9.26).

Ou seja desde a ordem para a reconstrução da cidade de Jerusalém até o messias são 69 semanas ou 483 anos exatos.

A entrada triunfal é um evento público onde Jesus e reconhecido publicamente como Messias se cumprindo a profecia de Zacarias.

Lc 19:41

41 Quando ia chegando, vendo a cidade, chorou e dizia: Ah! Se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto está agora oculto aos teus olhos.

Zc 9: 9

Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta.

Portanto a profecia das setenta semanas de Daniel possui uma precisão assombrosa, ela começa com a ordem para edificar Jerusalém que demorou 49 anos (sete semanas). Mais 62 semanas (434 anos) até a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, dando um total de 49+434= 483 anos proféticos cumpridos.

Observe que o relógio da contagem das semanas é disparado quando é dada a ordem para edificar a cidade de Jerusalém. E o relógio da contagem das semanas  pára quando Cristo entra em Jerusalém.

O relógio está parado até agora, e voltará a ser disparado quando a igreja sair no arrebatamento.

Faltou mais uma semana (sete anos). Portanto a última semana das setenta semanas de Daniel é a tribulação.

Essa última semana é a tribulação que é dominada pelo anticristo.

Depois das sessenta e duas semanas, o Ungido será morto, e já não haverá lugar para ele. A cidade e o lugar santo serão destruídos pelo povo do governante que virá. O fim virá como uma inundação: Guerras continuarão até o fim, e desolações foram decretadas.
Com muitos ele fará uma aliança que durará uma semana. No meio da semana ele dará fim ao sacrifício e à oferta. E numa ala do templo será colocado o sacrilégio terrível, até que chegue sobre ele o fim que lhe está decretado”.

Daniel 9:26,27

Portanto, a última semana da profecia das setenta semanas de Daniel, é o que chamamos de tribulação. Que será dominada pelo Anticristo (que a profecia chama ele de príncipe que há de vir e também assolador)

Conclusão

Podemos então perceber pelas profecias das setenta semanas de Daniel, que das setenta semanas 69 já se cumpriram. E que agora só falta uma semana, nesta última semana, que nós conhecemos como tribulação. Deus volta a tratar com Israel e também com a cidade de Jerusalém. Para quem as profecias das setenta semanas estão destinadas.

Para melhor aproveitamento do estudo assista o vídeo sobre as setenta semanas.

 

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Autor: Prof. Antonio Lira

Fonte: Manual de escatologia Dwait pentecostes

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Antonio Lira

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