Os mortos estão conscientes? Haverá lembranças da nossa vida terrena? Existem textos na Bíblia que abordam este assunto? A resposta a estas 3 perguntas é sim. A Bíblia nos mostra que os mortos estão sim conscientes e vamos analisar algumas passagens controversas, que alguns utilizam para justificar o sono da alma.
Muitos tem distorcido os textos da Bíblia para tentar provar que não existe consciência após a morte. Mas a Bíblia deixa claro que há lembranças e plena consciência.
A vida após a morte no Antigo Testamento
Gostaria de começar analisando como era a vida após a morte no Antigo Testamento. Já que este assunto não é uma ideia neo-testamentária. O Antigo Testamento nos traz algumas pistas de como é a vida após a morte.
O judeu acreditava que alguém quando morria ia para um lugar chamado Sheol. Muitos tradutores traduzem esta palavra como sepultura, mas na minha opinião não deveriam fazer isso.
Assistam o vídeo abaixo e saibam porquê.
Video aula sobre as designações da palavra inferno
Segundo, a crença judaica se a pessoa fosse boa ou ruim iria para o mesmo lugar. Esse lugar é chamado, como citamos anteriormente de Sheol.
Neste lugar havia alguns detalhes que vale a pena ressaltar.
Se a pessoa fosse justa iria para um lugar dentro do Sheol que era conhecido como lugar de consolo. Esse lugar é conhecido vulgarmente também como seio de Abraão. Ali eles estavam sendo consolados e aguardavam a ressurreição dos mortos.
Se a pessoa fosse injusta iria também para o Sheol. Mas para um lugar dentro do Sheol reservado para os ímpios chamado de lugar de tormento onde ali eles iram aguardar a ressurreição dos mortos para a condenação eterna.
Tudo isso que falei está de acordo com a definição da palavra hebraica “Sheol” no dicionário strong veja:
Dictionary Definition שׂאול sh@’owl ou שׂאל sh@ol procedente de 07592 ; DITAT – 2303c; n. f. 1) Seol, mundo inferior (dos mortos)1a) o mundo inferior (dos mortos) 1b) Seol – a desiganção do AT para a morada dos mortos 1b1) lugar do qual não há retorno 1b2) sem louvor de Deus 1b3) lugar para onde os ímpios são enviados para castigo 1b4) o justo não é abandonado ali 1b5) referindo-se ao lugar de exílio (fig.) 1b6) referindo-se à degradação extrema no pecado (Dicionário strong).
Observe que a primeira definição é “mundo inferior dos mortos” também diz “a designação do Antigo Testamento para a morada dos mortos” depois “lugar para onde os ímpios são enviados para castigo” depois “o justo não é abandonado ali”
Perceba que Sheol é na sua essência por definição, um lugar para onde iam os justos e injustos, onde o ímpio é castigado e o justo não é desamparado.
Já por definição percebemos que há consciência tanto para o justo quanto para o injusto.
“Lugar para onde os ímpios são enviados para castigo” obviamente se há castigo tem que haver consciência. A pessoa precisa se lembrar do porque está sendo castigada. E também precisa sentir o castigo não é verdade?
Muitos para defender a doutrina do sono da alma (doutrina que afirma que os mortos não estão conscientes) dizem que Sheol é sepultura. Por isso alguns tradutores traduzem Sheol por sepultura erradamente. Para dizer que se trata de um túmulo. Onde todos aguardam em silêncio sem consciência o dia da ressurreição.
Agindo desta maneira os tradutores estão sendo tendenciosos para justificar a doutrina do sono da alma. Eu quero alertar a estes que assim o fazem que o hebraico tem uma palavra certa para sepultura ou túmulo ou cova. A palavra usada é qeber.
קבר qeber ou (fem.) קברה qibrah procedente de 06912 ; DITAT – 1984a; n. m. 1) túmulo, sepultura, tumba (Dicionário strong).
Quando se quer referir a tumba ou túmulo a palavra usada é qeber e não Sheol, pois Sheol é o destino da parte imaterial do homem isto é espírito e alma. Já “qeber” é o destino do corpo”
Vamos ver a diferença em algumas passagens, e fique atento ao contexto:
Gênesis 23:4 Estrangeiro e peregrino sou eu entre vós; dai-me o direito de um lugar de sepultura entre vós, para que eu sepulte o meu morto, removendo-o de diante da minha face.
Números 19:16 E todo aquele que no campo tocar alguém que tenha sido morto pela espada, ou outro cadáver, ou um osso de algum homem, ou uma sepultura, será imundo sete dias.
Aqui fica claro que o contexto se trata da parte material (corpo) a palavra usada para sepultura neste caso é “qeber”.
Salmos 16:10 Pois não deixarás a minha alma no Seol, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção.
Observe que Sheol ou seol como queira, se trata do destino imaterial do homem (alma e espírito).
Portanto a palavra usada para mundo dos mortos é sheol no Antigo Testamento, e isso não tem nada a ver com sepultura.
Muitos gostam de usar versículos isolados fora do seu contexto para justificar que os mortos não estão conscientes destruindo assim o sentido original do texto. Vamos conferir algumas passagens.
Textos que são usados para dizer que não há consciência na morte.
Salmos 6:5 Pois na morte não há lembrança de ti; no Seol quem te louvará?
Se lermos essa passagem assim como está fora do seu contexto, imediatamente vamos dizer que não há consciência na morte.
Mas observe a passagem em seu contexto:
Salmos 6:1 Senhor, não me repreendas na tua ira, nem me castigues no teu furor.
Salmos 6:2 Tem compaixão de mim, Senhor, porque sou fraco; sara-me, Senhor, porque os meus ossos estão perturbados.
Salmos 6:3 Também a minha alma está muito perturbada; mas tu, Senhor, até quando?…
Salmos 6:4 Volta-te, Senhor, livra a minha alma; salva-me por tua misericórdia.
Salmos 6:5 Pois na morte não há lembrança de ti; no Seol quem te louvará?
Salmos 6:6 Estou cansado do meu gemido; toda noite faço nadar em lágrimas a minha cama, inundo com elas o meu leito.
Salmos 6:7 Os meus olhos estão consumidos pela mágoa, e enfraquecem por causa de todos os meus inimigos.
Salmos 6:8 Apartai-vos de mim todos os que praticais a iniquidade; porque o Senhor já ouviu a voz do meu pranto.
Salmos 6:9 O Senhor já ouviu a minha súplica, o Senhor aceita a minha oração.
Salmos 6:10 Serão envergonhados e grandemente perturbados todos os meus inimigos; tornarão atrás e subitamente serão envergonhados.
Analisando o contexto
Veja que o contexto revela que o salmista está aflito e angustiado por causa dos seus inimigos. Ele em seu desespero suplica pelo socorro divino. Em meio ao seu clamor de súplica ele afirma algo que é uma grande verdade nos salmos. Depois que alguém morre como poderá louvar a Deus, pelos seus feitos?
Salmos 118:17 Não morrerei, mas viverei, e contarei as obras do Senhor.
O salmista expressa a sua expectativa de poder testemunhar os feitos do Senhor ainda em vida. Pois depois que morrer não poderá ser ouvido seu testemunho para glorificar a Deus.
Esse é o sentido do texto em questão sendo fiel ao contexto. E não que ele depois de morto vai perder a consciência e não mais vai ter capacidade de louvar.
Um outro texto muito usado para defender a doutrina do sono da alma é este:
Eclesiastes 9:5 Pois os vivos sabem que morrerão, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco têm eles daí em diante recompensa; porque a sua memória ficou entregue ao esquecimento.
Quem lê esse versículo fora do seu contexto pensa que os mortos não tem consciência e estão esquecidos da sua vida terrena.
Mas vamos analisá-lo em seu contexto:
Eclesiastes 9:1 Deveras a tudo isto apliquei o meu coração, para claramente entender tudo isto: que os justos, e os sábios, e as suas obras, estão nas mãos de Deus; se é amor ou se é ódio, não o sabe o homem; tudo passa perante a sua face.
Eclesiastes 9:2 Tudo sucede igualmente a todos: o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao mau, ao puro e ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento.
Eclesiastes 9:3 Este é o mal que há em tudo quanto se faz debaixo do sol: que a todos sucede o mesmo. Também o coração dos filhos dos homens está cheio de maldade; há desvarios no seu coração durante a sua vida, e depois se vão aos mortos.
Eclesiastes 9:4 Ora, para aquele que está na companhia dos vivos há esperança; porque melhor é o cão vivo do que o leão morto.
Eclesiastes 9:5 Pois os vivos sabem que morrerão, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco têm eles daí em diante recompensa; porque a sua memória ficou entregue ao esquecimento.
Eclesiastes 9:6 Tanto o seu amor como o seu ódio e a sua inveja já pereceram; nem têm eles daí em diante parte para sempre em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.
continuação…
Eclesiastes 9:7 Vai, pois, come com alegria o teu pão .e bebe o teu vinho com coração contente; pois há muito que Deus se agrada das tuas obras.
Eclesiastes 9:8 Sejam sempre alvas as tuas vestes, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça.
Eclesiastes 9:9 Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias da tua vida vã, os quais Deus te deu debaixo do sol, todos os dias da tua vida vã; porque este é o teu quinhão nesta vida, e do teu trabalho, que tu fazes debaixo do sol.
Eclesiastes 9:10 Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças; porque no Seol, para onde tu vais, não há obra, nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.
Analisando o contexto
O contexto do capítulo 9 fala das obras que são realizadas pelos homens, bons, maus, sábios, puro, o que sacrifica, o que não sacrifica e assim por diante.
Depois Salomão faz uma comparação entre vivos e mortos, e para ressaltar a vantagem de aproveitar para fazer as coisas enquanto se está vivo ele cita um ditado.
“Mais vale um cão vivo do que um leão morto”
A partir daí ele começa a discorrer a vantagem em se estar vivo comparado com quem já morreu, em um contexto de realização de coisas. Mostrando que quem morre não tem nada a realizar.
“Os vivos sabem que morrerão” Ainda podem realizar coisas, pois sabem que os seus dias estão contados.
Os mortos comparados com os vivos vê que terminou o seu tempo de realização não sabem mais de nada do que pode acontecer, eles não tem mais domínio e nem mais recompensa.
“mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco têm eles daí em diante recompensa; porque a sua memória ficou entregue ao esquecimento.
A sua memória jaz no esquecimento
A memória que ficou entregue ao esquecimento neste caso não é a própria memória do morto, mas ele não será lembrado pelos que ficaram para receber recompensa por suas obras.
Eu gosto da versão que diz “a sua memória jaz no esquecimento” pois a expressão “jaz” mostra que aquele que partiu está esquecido de certa forma por aqueles que ficaram. E não que ele o morto perdeu a sua memória.
Eclesiastes 9:6 Tanto o seu amor como o seu ódio e a sua inveja já pereceram; nem têm eles daí em diante parte para sempre em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.
Aqui percebemos que o contexto trata de receber recompensa por aquilo que se realiza nesta terra. Pois depois que alguém morre não receberá recompensa nenhuma, pois nada poderá mais realizar.
Quem morre nada pode realizar
Eclesiastes 9:10 Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças; porque no Seol, para onde tu vais, não há obra, nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.
Salomão fecha seu argumento nos mostrando que enquanto estamos vivos temos que aproveitar para realizar coisas, pois depois não há obra, nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.
Confirmando que o que Salomão queria dizer não era que a pessoa perdia a sua lembrança da vida terrena quando morria, mas que ele não era lembrado por quem fica. E jamais poderá realizar coisa alguma “pois nada sabe” ele depois que morre, não tem domínio sobre mais nada.
Dito isto, podemos agora começar a mostrar textos mais claros que mostram que os mortos estão conscientes.
No tocante a clareza das coisas, o Novo Testamento nos traz mais luz sobre o assunto confira:
Existe uma palavra no Novo Testamento que corresponde à palavra hebraica Sheol, que é a palavra grega “Hades”.
Hades e Sheol se trata do mesmo lugar, podemos confirmar comparando duas passagens.
Salmos 16:10 Pois não deixarás a minha alma no Seol, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção.
Atos 2:27 pois não deixarás a minha alma no hades, nem permitirás que o teu Santo veja a corrupção;
Perceba que Lucas ao citar a passagem do salmo 16:10 ele troca a palavra hebraica Sheol pela palavra grega Hades.
Nos mostrando que Hades e Sheol se trata do mesmo lugar.
Onde está localizado o Hades?
Mt 12.38-40
38 Então alguns dos escribas e dos fariseus, tomando a palavra, disseram: Mestre, queremos ver da tua parte algum sinal. 39 Mas ele lhes respondeu: Uma geração má e adúltera pede um sinal; e nenhum sinal se lhe dará, senão o do profeta Jonas; 40 pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra.
Então sabemos pela boca do próprio Jesus a real localização do Hades, Jesus disse que fica no coração da terra. Ou seja fica no núcleo do planeta.
Vamos agora analisar um texto que deixa claro a consciência dos mortos.
Lc 16.19-31
19 Ora, havia um homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo, e todos os dias se regalava esplendidamente. 20 Ao seu portão fora deitado um mendigo, chamado Lázaro, todo coberto de úlceras; 21 o qual desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as úlceras. 22 Veio a morrer o mendigo, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico, e foi sepultado. 23 No Hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe a Abraão, e a Lázaro no seu seio. 24 E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e envia-me Lázaro, para que molhe na água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.
Continuação…
25 Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que em tua vida recebeste os teus bens, e Lázaro de igual modo os males; agora, porém, ele aqui é consolado, e tu atormentado. 26 E além disso, entre nós e vós está posto um grande abismo, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem os de lá passar para nós. 27 Disse ele então: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai,
28 porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham eles também para este lugar de tormento. 29 Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. 30 Respondeu ele: Não! pai Abraão; mas, se alguém dentre os mortos for ter com eles, hão de se arrepender. 31 Abraão, porém, lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos.
Os que gostam de defender a doutrina do sono da alma afirmam na maior cara de pau que esse texto se trata de uma parábola. Porque se ele for uma parábola tudo o que foi dito não aconteceu de verdade. está servindo apenas como ilustração.
Porém esse texto não se parece em nada com uma parábola observe:
Todas as vezes que Jesus estava para dizer uma parábola ele dizia o seguinte antes de começar a contar uma parábola.
O reino dos céus é semelhante a…..
O reino de Deus é semelhante…..
eu vou dizer a vocês uma parábola…
Aqui nós não vemos isso acontecer, Jesus diz “Ora havia” ele está afirmando que havia um homem rico e um mendigo etc…
A narrativa é completamente diferente, da narrativa de uma parábola.
Esta narrativa se assemelha a narrativa do livro de Jó observe:
Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era este homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal.
Se o texto de Lucas é uma parábola o de Jó também tem que ser. Pois ambos começam afirmando que “havia”.
Sempre que uma doutrina é falsa ela não se harmoniza com os demais textos da Bíblia. Um outro ponto que descredencia o texto de Lucas 16:19 como parábola é que em uma parábola Jesus não dá nomes.
No texto que lemos acima são apresentados 3 nomes.
Lázaro, Moisés e Abraão.
Portanto o texto de Lucas não se trata de uma parábola como muitos afirmam para tentar invalidar a consciência dos mortos. Foi um acontecimento verdadeiro e um ensino de Jesus sobre a vida após a morte, com riqueza de detalhes da consciência dos mortos.
Vamos analisar o texto
Em primeiro lugar o texto está em concordância com a crença do Antigo Testamento de que Justos e injustos vão para o mesmo lugar “Hades ou Sheol”. E que também existe uma divisão neste lugar onde o justo é consolado (lugar de consolo), e o ímpio é atormentado ( lugar de tormento). Ambos os lugares são separados por um abismo de forma que não tem como atravessar de uma lado para o outro.
Em segundo lugar uma vez neste lugar não tem como voltar para o mundo dos vivos. Porque o próprio Abraão disse isso no texto.
Em terceiro lugar quem morre tem lembranças porque foi dito pelo homem rico “rogo-te que o mandes á casa de meu pai” e também afirmou “tenho cinco irmãos”
Em quarto lugar eles se reconhecem pois ele reconhece Lázaro no colo de Abraão.
Perceba que quem morre carrega consigo a imagem de como era, pois como se reconheceriam se o espirito fosse sem forma ou um vulto como muitos afirmam.
Mas creio que um espirito carrega uma forma, uma imagem de forma que o torna reconhecível.
O espírito possui uma forma
Gn 1:27
27 E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.
Imagem é o que pode ser visto. Quando vemos a nossa imagem refletida em um espelho podemos imaginar como Deus é.
Se o homem foi feito a imagem de Deus e sabemos que Deus é espírito
Então Deus possui uma forma. Ele pode ser reconhecido.
Logo apesar de ele ser invisível, da perspectiva terrena ele tem uma forma.
Moisés viu a forma do Senhor
Nm 12:7
7 Não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa. 8 Boca a boca falo com ele, claramente e não por enigmas; pois ele vê a forma do SENHOR; como, pois, não temestes falar contra o meu servo, contra Moisés?
Observe a expressão “ele vê a forma do Senhor”
Então Deus possui uma forma mesmo sendo espirito. Mesmo sendo espirito Deus possui uma imagem que o torna reconhecível.
Veja o que Paulo diz na primeira carta aos Coríntios.
1 Co 15:44
44 Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual. 45 Se há corpo natural, há também corpo espiritual.
Até porque como o veremos se ele não tem uma forma?
Como nós nos reconheceríamos se não houvesse uma forma para ver?
Portanto acredito que alguém quando morre carrega a imagem que tinha em sua vida terrena, espírito e alma deixa o corpo mas a imagem da pessoa é a mesma.
Pois vimos no texto de Lucas 19 que eles se reconhecem claramente.
O texto do rico e lázaro não é o único texto que mostra que os mortos estão conscientes.
Veja os textos abaixo:
Ele é Deus de vivos
Mt 22.31-32
31 E, quanto à ressurreição dos mortos, não lestes o que foi dito por Deus: 32 Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora, ele não é Deus de mortos, mas de vivos.
Ele não diz eu fui o Deus de Isaque, Jacó e Abraão. ele disse eu sou O Deus de Abraão de Isaque e de Jacó.
Os Mártires da tribulação estarão conscientes
Ap 6.9-10
9 Quando abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que deram. 10 E clamaram com grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano, santo e verdadeiro, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?.
Paulo desejava estar presente com o Senhor.
2 Co 5.8
8 temos bom ânimo, mas desejamos antes estar ausentes deste corpo, para estarmos presentes com o Senhor.
Fl 1.23-24
23 Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor; 24 todavia, por causa de vós, julgo mais necessário permanecer na carne.
Estar presente com Cristo. Como poderia alguém estar presente com alguém se não houver consciência?
É evidente que quem morre está totalmente consciente.
1 Pe 3.18-19
18 Porque também Cristo morreu uma só vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; sendo, na verdade, morto na carne, mas vivificado no espírito; 19 no qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão;20 Os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é oito) almas se salvaram pela água;
O texto diz que Jesus pregou aos espíritos em prisão. Ora se Jesus pregou para espíritos no Hades, pois ali se tratava de uma prisão de maneira que ninguém poderia escapar de lá.
Se Jesus pregou para eles é porque havia consciência. Jesus não iria pregar para o vento. Certamente que quem ouviu a sua pregação estava entendendo o que ele dizia. Ou seja mesmo no Hades estavam conscientes.
Alguns para defender a doutrina do sono da alma dizem que esses espíritos se tratam de demônios. E cristo foi pregar para eles esfregando a sua conquista na cara deles. Como se Deus se desse ao trabalho de dar explicação a satanás e seus demônios. Ou como se Deus quisesse se gloriar na obra redentora de Cristo.
Obviamente que esta pregação de Jesus não tinha um caráter salvífico. Mas tinha um tom informativo de que a redenção havia chegado para aqueles que estavam no lugar de consolo e que aguardavam uma melhor redenção.
A palavra usada para pregação, é a palavra grega Kerusso
κηρυσσω kerusso de afinidade incerta; TDNT – 3:697,430; v 1) ser um arauto, oficiar como um arauto 1a) proclamar como um arauto 1b) sempre com sugestão de formalismo, gravidade, e uma autoridade que deve ser escutada e obedecida 2) publicar, proclamar abertamente: algo que foi feito (Dicionário strong).
Perceba que a pregação de Cristo foi para anunciar que já havia uma redenção perfeita. Pois a promessa de redenção é bem antiga ela é desde a época da queda. Gn 3:15
E aqueles que estavam no lugar de consolo aguardavam o dia que poderiam sair de lá.
Você poderá se aprofundar neste assunto lendo o artigo quem são os espíritos em prisão e também assistindo aos vídeos quem são os espíritos em prisão. clique nos links e seja abençoado.
Artigo quem são os espíritos em prisão
Conclusão
Podemos concluir que a Bíblia está recheada de versículos que mostram que os mortos estão conscientes. E que infelizmente alguns gostam de distorcer e invalidar os textos que comprovam isto, só para deixar prevalecer a sua falsa doutrina.
Espero que você tenha gostado deste artigo peço que você o compartilhe e que também deixe o seu comentário.
Ande no espírito e viva em amor!
Shalom!
Autor: Prof. Antonio Lira
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